Como um toureiro enfrentando um touro, o artista se aproxima de seu cavalete, com os olhos brilhando. Enquanto maneja o pincel, vemos através da tela a obra de arte se desdobrar, irromper, dançar diante de nossos olhos. Pablo Picasso, o artista mais influente do século XX, está pintando, e Henri-Georges Clouzot, o famoso diretor francês (O Salário do Medo, Diabólica), está filmando.
Em 1955, Clouzot uniu forças com seu amigo Picasso para criar um tipo totalmente novo de filme de arte – um filme capaz de capturar o momento e o mistério da criatividade. Juntos, eles desenvolveram uma técnica inovadora: o cineasta posicionava sua câmera atrás de uma superfície semitransparente sobre a qual o artista desenhava com tintas especiais que vazavam.
Clouzot, assim, capturava uma imagem invertida perfeita das pinceladas de Picasso, e a própria tela de cinema se tornava a tela do artista. Aqui, o mestre cria, e por vezes destrói, 20 obras (a maioria delas, aliás, destruída após as filmagens), que vão desde esboços lúdicos em preto e branco a murais coloridos em Cinemascope — obras de arte que evoluem em minutos através da magia da animação stop-motion. Indisponível por mais de uma década, O Mistério de Picasso é emocionante, hipnotizante, encantador e inesquecível. É simplesmente um dos maiores documentários sobre arte já feitos. O governo francês concordou — em 1984, declarou o filme um tesouro nacional.
Título Original: Le Mystère Picasso
Gênero: Documentário
Direção: Henri-Georges Clouzot
Duração: 74 minutos
Ano de Lançamento: 1956
País de Origem: França
Idioma do Áudio: Francês
Legendas: Português
